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Serra do Gerês

 

A Serra e as Termas do Gerês têm sido palco de notáveis e interessantes observações orais e escritas, desenvolvidas por inúmeros especialistas de áreas distintas. Diante de um vasto número de autores, menciona-se Tude de Sousa ao referir “De estrangeiros e nacionais, todos quantos por turistas ou por intuitos scientíficos excursionaram no Gerês, são unânimes no côro levantado em honra das belezas da serra, firmada, além da estrutura, elevação e conformação especial de seus montes, na excelsa vegetação da sua flora e nas hilariantes canções das suas águas”. (SOUSA, 1926, p:6)

 

serra-geres

 Serra do Gerês

 

Importa referir que cada escritor, poeta, cientista, pintor, entre outros, tinham uma causa que os induzia a escrever, meritoriamente, a paisagem da Serra do Gerês, evocando-a como obra da Natureza, obra do Homem, como refere Sousa Costa numa das suas edições “Aqui no Gerês, no seio dêste concílio de picos em êxtase, alguns com perto de dois mil metros de estatura, sob a acção emoliente das árvores que ciciam e das água que cantam, água multiplicadas em ribeiros, em cascatas, em fontes, em repuxos, este opressivo torpor quási não deixa abrir os olhos para o formidável espectáculo da Natureza – a bôca sempre aberta nos bocejos de cada instante”.(COSTA, 1934,p:28)

No ano de 1942, Tude de Sousa, procura legitimar a descrição das belas paisagens das Caldas do Gerês “E não só às Águas foram atribuídos esses estudos, como igualmente o foram à Serra, que é uma maravilha na paisagem portuguesa e que assegura uma riqueza sem limites na variedade e interesse peculiares da sua fauna, da sua flora e de toda a sua constituição, a pontos de o Gerez contar, como nenhuma outra estância e como poucas ou talvez nenhuma outra região do país, mesmo das mais privilegiadas, uma extensa e variadíssima bibliografia (...)”.

Ainda referente às Termas e à Serra do Gerês, destaca-se uma observação do médico partidista do Gerês, José dos Santos Dias, que permaneceu nas Caldas do Gerês entre os anos 1811 e 1817, “Na Provínçia do Minho huma das mais povoadas e agricultadas do Reino de Portugal, existe a Serra do Gerês, notável pela sua grandeza, rara por suas produções, famigerada pelas suas Caldas. Esta serra estende-se na linha de Nordeste desde a freguesia de Rio Caldo (...); serra d’ organização primitiva bazada e trimenada em muntos dos seos cabeços por descarnadas, escaberozas, e alcantiladas rochas, d’aspecto medonho, d’altura inorme(...).” (DIAS, 2001. p:13/14).

Esta área natural, premiada de Parque Nacional da Peneda Gerês, estende-se até à actualidade como único Parque Nacional. O autor Sousa Costa da Academia de Ciências de Lisboa (Lisboa, 1934:22) descreve de modo sublime o que a sua mente e os olhos lêem no horizonte “A paisagem do Gerez! Vinde vê-la, vinde admirá-la comigo. A serra, não sendo a mais alta, é a mais pitoresca do país. A mais abundante de águas, arvoredos, aspectos idílicos e trágicos. Começa lá em baixo, no vale em que o Cávado ruge. Desdobra-se até à Galiza em duas formidáveis vagas de granito – no seio das quais a Estância Termal repousa em sossego. Assenta os contrafortes nas margens do Lima, nos desfiladeiros do Barroso. Levanta-se quasi a prumo da frescura do vale, junto de Vilar da Veiga, primeiro, negra e escalvada, pouco depois verdejante de ramos. Aberta ao meio pela enorme garganta, em forma de V, que sobe, estreitando-se até às chãs de Leonte, prolonga-se, planando, até às veigas da Galiza, alteia-se em picos majestosos, que se aprumam dum e doutro lado da garganta, altares a que o arvoredo e as águas rezam as suas orações.”

Tude de Sousa refere na época que (1909) “O Gerez é seguramente uma das regiões de mais pittoresco de Portugal, retalho do Minho, onde o imprevisto se seccede a cada momento, dando-nos, ora o bucolismo pacato de verdes e dilatados chão e planaltos, onde os gados pastam, e a frescura de frondosos e velhos arvoredos e ténues regatos, ora a vista selvagem de altos despenhadeiros e elevadas grimpas, de onde formosíssimas cascatas se precipitam na ancia de um suicídio louco e onde não se sabe que mais admirar, se a imponência do horisonte e das vistas que se disfructam, se a estranha contextura e orographia da serra”.

 
 

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